quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Nasce uma nova central sindical: a CTB-GO



As transformações sociais, ao longo da história, foram movidas por reais confrontos políticos entre classes sociais dominantes e dominadas. Se o povo explorado se contentasse com a situação de hegemonia do explorador, ainda viveríamos em impérios escravistas. “A história da civilização humana tem sido, até hoje, a história da luta de classes”. Foi com essa frase que Marx e Engels descreveram a importância dos embates entre os grupos antagônicos.

Com o advento do capitalismo, a disputa passou a ser entre aqueles que detêm o poder econômico, grandes concentradores de renda, e os trabalhadores do campo e das cidades. Mega-empresários, latifundiários e banqueiros mantêm o domínio sobre a classe trabalhadora, subjugando-a e impondo sobre ela uma situação de miséria. Nada interessa a não ser o lucro e a concentração de bens materiais. O único direito concedido ao povo foi o de se manter vivo para ser explorado.

Ora, mas o que gera riqueza se não o trabalho? O que nos torna humanos, se não nossa capacidade de criação e produção? É o trabalho que identifica o homem como tal e promove o desenvolvimento da civilização. Portanto, a classe trabalhadora merece não só o ônus, mas também o bônus pelo estágio avançado em que se encontra nossa sociedade. Não é justo que aqueles que produzem o bem-estar social não tenham acesso a ele.

Para que os inegáveis direitos sejam conquistados, é necessário que o povo adquira engajamento classista e transformador. Só a consciência é capaz de pôr fim à exploração do homem pelo homem. Retomando Marx, é necessário que a classe trabalhadora se reconheça como tal, e se organize na luta contra o dominador que limita suas potencialidades.

A causa trabalhista deve ser guiada por princípios democráticos, que levarão à construção de uma nova sociedade. É imprescindível que os trabalhadores e trabalhadoras estejam unidos; afirmem sua independência e seu direito a lutar por dias melhores; sejam solidários e internacionalistas, éticos e anti-preconceituosos. Deve-se lutar pela emancipação das mulheres, dos negros e de todos os grupos sociais historicamente oprimidos. É preciso defender a educação, a cultura, o esporte, o lazer e todos os direitos humanos fundamentais, assim como o desenvolvimento econômico-social sustentável.

Um projeto tão amplo só pode ser conquistado com a superação do capitalismo e do neoliberalismo, com o fim domínio burguês. Para isso, é fundamental que nos mantenhamos firmes no ideal renovador, na luta diária pela edificação do socialismo. Dessa forma, já conquistamos a redução da jornada de trabalho, obtivemos férias, descanso semanal remunerado, 13º salário, aposentadoria e muitos outros benefícios. Os avanços devem continuar, para que cheguemos à verdadeira democracia.

“A CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil) nasceu animada pelo espírito desta luta classista que atravessa a história moderna, descrevendo uma epopéia de glórias, conquistas e avanços no sentido da humanização das relações sociais, libertação dos povos e combate ao colonialismo e neocolonialismo.”, diz o documento “Princípios e Objetivos da CTB”. É com esse ânimo e esse espírito de vanguarda que surge a CTB-GO, a mais nova sentinela em defesa dos trabalhadores goianos.

Paulo Victor Gomes é estudante de Jornalismo e Secretário Estadual de Combate ao Racismo da CTB-GO. (http://www.twitter.com/pvgomes65)

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